A reflexão que trago hoje sobre nós, mulheres, causa polêmica e discussão, diante das conjecturas geradas em torno da igualdade de poder entre homens e mulheres, principalmente no tocante as queixas de agressões verbais, físicas e morais que ocorrem no âmbito da convivência entre ambos.
Que fatores promovem situações que geram estes resultados? Vamos lá, primeiro às questões culturais que incentivaram e ainda incentivam a mulher a esperar o príncipe encantado chegando de cavalo branco. A figura do homem como o salvador, como se o beijo do príncipe pudesse libertá-la das suas fragilidades e com isto, a figura do homem se fez encanto no seu emocional, promovendo nelas a espera não do parceiro, seu companheiro de luta e aprendizagem, mas, do protetor, do provedor, do indispensável.
Sendo o homem, o salvador protetor, enfim, o herói a mulher foi posicionada de uma forma, a se sentir frágil e dependente. Só que, da forma como a mulher psicologicamente falando ficou na posição passiva, o homem, por sua vez na posição ativa, o cavalheiro, o cortês, ele também se depara com suas fragilidades por conta da cultura machista, que faz dele o responsável ativo pelas mulheres. Mas, ser ativo, exige-lhe uma postura de fortaleza e muitas vezes, eles precisam lidar com a incompetência da fragilidade, também.
Normalmente deixamos de entender, que o nosso caráter, nossas características, estão ligadas a situações emocionais, dos familiares nossa origem de formação emocional. Atribuímos ao homem, a responsabilidade pelo sofrimento e fracasso das mulheres. Mas, vamos ao questionamento, elaborando três perguntas: o quê, por quê e pra quê.
O que gerou o conflito que levou o casal ao atrito tão turbulentos e tão ameaçador? A princípio, ciúmes, aliás, na maioria dos casos, ciúmes, desconfiança, de ambas as partes. Mas, o que causa o ciúme? A insegurança e o que causa a insegurança? Uma autoestima baixa, ou a falta de educação e de um caráter firme. Por exemplo, achar uma pessoa bonita, seria natural aos nossos olhos, pelo menos, deveria ser natural. Porém, na maioria das vezes, há o ato da paquera visível, que afronta o companheiro ou companheira. Então pergunto, por quê isto acontece? Pela cumplicidade. Se os olhares se cruzaram e houve reciprocidade, então faltou da parte tanto do paquerado(a) quanto do(a) paquerador(a), compreender, que ao lado dele(a), está uma pessoa que merece respeito.
Se observarmos, na maioria das vezes, estes fatos ocorrem em situações onde as pessoas estão alcoolizadas, ou com sérios desgastes no relacionamento. Faltou diálogo, acordo necessário para se estabelecer um convívio necessário nas relações interpessoais, que começam no primeiro grupo social, a família. Outro fator importante que traduz este resultado é o fato de se deixar a paixão agir sozinha, sem a ação da razão e não saber fazer as escolhas. Analisar o comportamento do outro, através das suas posturas, é um fator importante, quem é ele, ou ela? As reações dela (e) combinam com as, minhas? Às vezes, nos posicionamos como soluções para os problemas dos outros e apostamos na mudança que acreditamos que exerceremos no outro. Pode até acontecer de acertarmos, no entanto, as possibilidades são remotas, pois, ninguém muda ninguém. As pessoas mudam através das experiências da maturidade e das decisões.
Outro fator importante para analisarmos nas questões das relações agressivas dos homens contra as mulheres, das mulheres contra os homens, é a falta de respeito e de sinceridades de um para com o outro. Será que em uma traição, por exemplo, não faltou estes elementos tão importantes?
Na maioria das vezes, vejo que as mulheres não são unidas. Ao contrário, vejo muitas vezes, uma competição, disputando o amor do marido ou o namorado, da outra. Muitas vezes, amigas, irmãs, vizinhas; óbvio que não estou defendendo o homem, parceiro, estou questionando o fato das mulheres não entenderem a situação uma da outra. Não estou também defendendo o ato de se viver com quem não se ama mais, nem tão pouco, de não se poder fazer uma nova escolha. Falo da importância da sinceridade de se esclarecer os fatos, assumir as responsabilidades com os filhos, de se desprender do egoísmo da posse do e da escravidão que se proporciona ao outro (a) a conviver conosco, sem amor.
Para que conviver com alguém que não nos ama, ou não amamos mais? Será que não seria melhor, feliz com outro (a) do que infeliz conosco? Como terapeuta de família e analisando a influência que estes fatores exercem em nossas vidas, vejo que a mulher representa de certa forma, pela sua perspicácia, sutileza, persuasão e acima de tudo por ter uma visão ampla, no contexto emocional, uma nova esperança para a humanidade. Não no poder apenas de empoderamento diante dos homens, e sim de uma nova postura aprendendo a avançar na sua autoestima apostando mais na sua independência, na liberdade da necessidade da busca pela figura masculina como imprescindível em suas vidas e se porventura vierem a se separarem dos parceiros(as), não sentirem tanta necessidade de buscar outros e outras como suprimento dos seus vazios.
Homens e mulheres são seres dotados dos mesmos sentimentos, internos, vivendo as mesmas dores, as mesmas carências, os mesmos desejos de serem amados, respeitados, úteis e valorizados. Portanto, precisam se dar conta de que a união, o perdão e a harmonia são fundamentais para uma boa relação.
Afinal, como disse o Vitor Hugo. “O homem está situado onde termina a terra, a mulher, onde começa o céu.”
Agora é com você, coloque aqui nos comentários a sua reflexão sobre o tema para que possamos desenvolver o entendimento e a compreensão que este tema tanto merece.
Por Valéria Vaz Almeida – Pedagoga, empresária, psicanalista, pós graduada em: Neuropsicologia Interdisciplinar, Neuropsicanálise e Constelação Familiar Sistêmica. Poetisa, envolvida com educação e cultura, há mais de trinta anos. Doctora Honoris Causa pela Fundação Ibero Americana, Dama comendadora pela Academia Brasileira de Arte Cultura e História de São Paulo
Lauro de Freitas, fevereiro de 2021
4 Comentários
A mulher por muito tempo se deixou ser guiada por uma educação e sistema patriarcal e machista e foi induzida a acreditar que é o lado mais frágil. Mas estamos acordando e sabemos e reconhecemos que por muitas vezes, agimos e levantamos e damos o crescimento, na família, na empresa, na comunidade, e deixamos os créditos para eles, os homens, estamos retomando o controle das nossas vidas e capacidades, e isso tem gerado crise na mente masculina, e grande tem sido o preço que muitas estão pagando, mas não vamos parar nem desistir, vamos assumir nosso lugar ao sol.
Precisamos nos unir, e sermos cúmplices. Há ainda um grande caminho a ser trilhado, mas já estamos avançando nesse desafio e vamos vencer.
Pertinente esse olhar sobre nós mulheres. Pois existem muitas com o grito na garganta sem poder exercer o seu poder q é cassado por homens irracional. Logo vc expõem.de.forma muito importante essa reflexão. N só hj mas todoa os dias . Um olhar de gratidão para todas as mulheres
. Concernente ao assunto que de uma forma ou de outra, a mulher tem um poder, quando ela se da conta de qual é valiosa, ate porque tem uma passagem na bíblia em Atos 2:17-18.Que diz: Derramerei do meu Espírito sobre todos os povo os seus filhos e *as minhas servas * derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarao
Ele veio para dar voz para todos! Dele vem o verdadeiro empoderamento. Numa cultura onde a mulher não tinha voz, Ele as tornou colunas em seu Ministério aqui na terra. Se revelando a cada uma delas com segredos eternos e revelações exclusivas.
Você deve lembrar das irmãs Marta e Maria, da mulher de Sicar (a samaritana), de Joana, da profetiza Ana, da sogra de Pedro, da viúva de Naim, da pecadora pega em adultério, da filha de Jairo, da mulher do fluxo de sangue, daquela do vaso de alabastro, você deve se lembrar.
Em seu ponto alto, após sua ressurreição, um pedido e uma promessa: ficai em Jerusalém até serem revestidos de poder. E o Espírito Santo, quando veio, deixou notório do que se tratava a profecia do profeta Joel: o empoderamento era para todos.
A partir dali, de uma vez por todas o sexo frágil, se revestiu de poder, sua voz passou a ser ouvida, a igreja avançou nas casas, sustentados em oração, tendo-as por anfitriãs e colunas. Verdadeiras guerreiras, mudaram a história, fazendo história.
Sua voz não só é ouvida, mas atendida. Ele incluiu na promessa “as suas filhas” e “as minhas escravas”, para que não ficassem dúvidas aos homens de que a voz delas são atendidas pelos céus, pois por meio do seu Espírito elas também profetizam, sendo o próprio Deus que coloca as suas palavras na boca de cada uma delas.
Com essa promessa devemos usar a plataforma aonde Deus as estabeleceu, em empresas, faculdades, escolas, governo, hospitais, igrejas, redes sociais, e tantos outros lugares, mas não esqueçam de usar a plataforma que Ele as deu, com unção específica para edificar como nenhum outro é capaz: a casa, os filhos, as filhas, o esposo, a família. Pois a mulher sábia, e somente ela, tem o poder de edificar a casa,porque se não fossem por elas (nossas mães), não estaríamos aqui. E se não fosse por uma delas, Maria.
Deus abençoe então a todos nós e de uma forma toda especial, Deus abençoe a cada uma de vocês, *mulher*.
Tudo de.bon pra todas e todos.
Na minha opinião, o problema realmente é cultural, pois o homem foi preparado ao longo das décadas, a iniciar e encerrar uma relação, isso colocava o homem em uma posição de superioridade, ocorre que ultimamente quem encerra e inicia os relacionamentos na sua maioria, sao as mulheres.
Entendo, que o homem gosta e precisa da dua zona de conforto, quando lamentavelmente, percebe que a sua zona de conforto em risco, nasce a inaceitável violência dos mais diversos tipos.
O passarinho só é seu, quando você solta, deixa livre e ele retorna com toda alegria.
Fortes abraços